A anta da Capela dos Mouros é um monumento de câmara funerária e corredor, pouco diferenciados entre eles. É uma das mais antigas antas desta região, estimando-se que tenha sido edificada há cerca de 6000 anos atrás. A presença de 11 esteios e corredor de médias dimensões com 3,90 metros de comprimento caracterizam este dólmen. Pouco diferenciado em planta e em alçado, este apresenta ainda 5 esteios conservados na câmara e 14 no corredor. A mamoa bem conservada apresenta cerca de 18 metros de raio, constituindo-se como um monumento com características arquitetónicas pouco comuns no megalitismo regional. O machado aqui encontrado é prova de que estes povos já praticavam a agricultura, a par da caça e da recoleção.
A serra das Talhadas, apesar de dominada por plantações, é habitat de espécies bastante interessantes, como o gavião (ave de rapina florestal) e a águia-de-asa-redonda. A borboleta protegida fritilária-dos-lameiros encontra alimento nas terras de cultivo deste planalto, e o sapo-corredor pode ser aqui avistado quando levantamos pedras junto de arrelvados. Na ribeira da Alombada, que atravessa os campos, vive a libelinha gaiteiro-azul, sempre à espreita na vegetação ribeirinha, e a lontra vem por aqui caçar ocasionalmente quando a ribeira leva mais água.
A par da Capela dos Mouros, há mais dois monumentos megalíticos nas proximidades com idades mais recentes: a Anta do Poço dos Mouros (de há 5000 anos atrás) e a Sepultura do Rei (remonta aos finais do calcolítico/início da Idade do Bronze, há cerca de 4000 anos). O Poço dos Mouros tem uma planta semelhante à Capela dos Mouros, mas a sua particularidade está na exclusiva utilização de pedras para a construção da mamoa de suporte. A Sepultura do Rei é um monumento com câmara simples de planta retangular que corresponde a uma sepultura individual, certamente pertencente a alguém importante, ao contrário das sepulturas coletivas do neolítico.