Localizado na margem esquerda do rio Douro, perto da confluência do rio Paiva com o rio Douro, o cais de Escamarão está inserido num local especialmente estratégico que, ao longo dos tempos, foi local de paragem de muitos barcos que navegam no rio Douro. Em tempos, atracavam por aqui barcos rabelos, conhecidos pelo transporte do vinho do Porto, e que estavam preparados para navegar em águas com pouca profundidade, como era o caso do rio Douro, já que não possuíam quilha e o seu fundo era chato. Para além do vinho do Porto, estas embarcações transportavam ainda diversos bens ao longo do Douro. Este local representava também uma importante ligação para o outro lado da margem, ou seja, para o cais de Bitetos. Os bens transportados eram diversos, e até mesmo automóveis eram levados pelos barcos rabelos para a margem direita deste rio.
No cais de Escamarão, encaixado junto à foz do Paiva, podemos apreciar diversa fauna e flora, como a arisca lontra percorrendo as margens do Douro e do Paiva. Também a majestosa borboleta cauda-de-andorinha, umas das maiores borboletas de Portugal, voa por estas paragens. A bela libelinha-vermelha-grande é um dos muitos invertebrados que junto ao Douro se pode observar. A avifauna é diversa, e por aqui podemos observar a excêntrica poupa, o verdilhão-comum ou algumas rapinas, como a águia-de-asa-redonda ou a coruja-das-torres. A flora é igualmente variada, com forte influência do oceano Atlântico, e aqui podemos observar a primavera, o sanguinho ou o lódão-bastardo, entre muitas outras plantas.
Em Escamarão podemos encontrar a igreja românica de Nossa Senhora da Natividade de Escamarão. Construída no final do século XIV, esta igreja pertencia ao couto de Vila Meã com domínio do mosteiro de Alpendurada, e teve uma grande importância estratégica devido à sua localização, havendo fácil ligação quer ao Porto, como ao Douro interior.