Formado por várias explorações de carvão das quais se destacam as do Pejão, Fojo e Germunde, o Couto Mineiro teve o início da sua atividade em 1859. Geridas pela Empresa Carbonífera do Douro (ECD), estas explorações estavam integradas na bacia carbonífera do Douro, com rochas da idade Paleozoica do período do Carbónico. Da sua história, destaca-se o período a partir de 1933 com a chegada do belga Jean Tyssen que, com um elevado investimento, aumenta a produção das minas de uma forma impressionante, atingindo em 1957, as 350 000 toneladas de carvão extraído. Jean Tyssen também aplicou importantes políticas sociais, investindo na saúde, desporto, cultura, bem como na melhoria das condições de trabalho. Em 1994 as minas são oficialmente encerradas e, no mesmo ano, é inaugurada a estátua de homenagem ao mineiro, em Germunde.
O Couto Mineiro do Pejão apresenta uma valiosa história, tendo aqui trabalhado milhares de pessoas. Este património material e imaterial é incalculável e, espalhados pelo território, podemos ver ainda vestígios da história deste lugar. Exemplo disso é uma das locomotivas a vapor em Pedorido, transporte que levava o material dos diferentes complexos para a foz do Arda, passando pela centenária ponte ferroviária do rio Arda, de onde seguiam pelo Douro até ao Porto. O transporte no Douro era feito pelos barcos rabões, conhecidos como a Esquadra Negra, com capacidade para cerca de 60 toneladas. No Complexo Mineiro de Germunde – as últimas minas em funcionamento – ainda é possível contemplar um vasto património que nos transporta no tempo, para a época em que centenas de pessoas ali trabalhavam. Este património edificado está envolto por um vasto bosquete com dezenas de espécies de árvores e arbustos, desde espécies autóctones, como o carvalho-alvarinho ou o freixo, a diversas espécies ornamentais, como o abeto, pseudotsugas ou vários cedros, suportando uma biodiversidade considerável com diversas espécies como o cogumelo dos 10 000 anos, usado ancestralmente na medicina chinesa.