Atravessando as bravas e cristalinas águas do Paiva – rio considerado dos mais limpos da Europa – a ponte da Bateira enquadra-se de uma forma harmoniosa na paisagem. Diz-se que por estas bandas havia um barco que fazia a travessia entre as duas margens do rio – daí a origem do nome desta ponte – também conhecida como ponte do Loureiral, provavelmente pela abundância de loureiro por estas paragens. A construção desta bela ponte de granito em arco teve início em 1881 e foi terminada em 1893, tendo como funcionalidade a ligação entre os povos de Castelo de Paiva e Cinfães mantendo-se ainda, nos dias de hoje, como um dos principais pontos de passagem do rio Paiva.
Por aqui, o rio Paiva é conhecido pelas suas águas bravas, excelentes para desportos de aventura. Mas as águas límpidas que percorrem estes vales escondem uma diversidade de fauna e flora assinaláveis. Por estas águas turbulentas, aves como o melro-de-água e o majestoso guarda-rios procuram alimento. O lagarto-de-água e a cobra-de-água-viperina são alguns dos répteis que por aqui andam. As limpas águas do Paiva favorecem também a presença de uma diversidade considerável de libélulas que aqui conseguem completar o seu ciclo de vida, sendo comuns espécies como o gonfus-das-nascentes, a libélula-crepuscular ou a libelinha gaiteiro-azul. Nos bosques junto ao Paiva, podemos também encontrar uma elevada biodiversidade, com espécies como o jacinto, a borboleta-do-medronheiro ou a vaca-loura, escaravelho protegido associado a bosques caducifólios. Estes bosques também favorecem o mundo dos cogumelos que, com vários tamanhos, formas e cores, aqui vão proliferando, como são exemplo os frades ou os cantarelos.