A ponte de Paço de Mato ou ponte da Fontinha serve um antigo caminho que ligava Paço de Mato a Viadal. É um aparelho rude em alvenaria de granito irregular com um só arco de volta perfeita. A sua construção remonta aos séculos XVII/XVIII, e aproveita como alicerces as fragas que ladeiam o rio; o tabuleiro horizontal está pavimentado de calçada, assim como os acessos que descem as encostas íngremes até à ponte. Junto a esta, existe a ruína de um antigo moinho de alvenaria e telhado de lousa bem integrado na paisagem serrana. O Caima, rio afluente do Vouga que nasce na serra da Freita, corre aqui sobre granito e, com a constante passagem das águas, suavizou a paisagem e moldou os rochedos. Aqui, numerosas marmitas de gigante foram escavadas no leito do rio pelo redemoinhar de seixos que, no inverno, ganham a força necessária para criar tão formosas esculturas.
Na ponte de Paço de Mato estamos a poucos quilómetros da Frecha da Mizarela, onde um único loendro ainda sobrevive como relíquia dos bosques terciários que outrora cobriram a região. Aqui, o rio Caima corre impetuoso no inverno e manso no verão, sempre acompanhado no seu curso pelo melro-de-água e pelo chapim-real. Junto ao rio crescem aqui a primavera, as esporas-bravas e a erva-pombinha, testemunhando a sua fertilidade. Os frades, grandes e deliciosos cogumelos, crescem generosamente junto ao caminho e as rãs-ibéricas saltitam perto do rio que as viu nascer. A vaca-loura, majestoso coleóptero protegido na Europa, vive aqui nos troncos dos carvalhos mais velhos, simbolizando a harmonia e maturidade destes ecossistemas.
O caminho que leva ao Viadal é rural e antigo e permite-nos, durante pouco mais de 1 km, fazer uma viagem no tempo onde carros de bois e agricultores frequentavam diariamente estes trilhos na sua constante labuta. O caminho de acesso que desce a encosta a partir de Paço de Mato conserva largos troços com pavimento de calçada, prova da sua utilização frequente em tempos passados. Junto à nova ponte sobre o Caima, existe hoje um parque de lazer.