A serra de São Macário atinge os 1054 metros de altitude e constitui um magnífico ponto de observação das serras e vales das Montanhas Mágicas® a Este e Norte, e as serras do Caramulo e da Estrela a Sul. É de salientar a vista que se tem do vale do Deilão, delimitado pelas cristas quartzíticas que terminam precisamente neste local e que se prolongam desde Valongo,rasgando a terra com relevos abruptos ao longo da sua passagem. Estes quartzitos são ainda testemunhas da vida que ocorreu nos oceanos há cerca de 480 milhões de anos, tendo ficado gravado nas rochas as marcas de trilobites e outros animais que por ali andavam (icnofósseis). No cimo da serra, são ainda frequentes dobras que resultaram das mesmas forças que levantaram e moldaram estas montanhas.
O alto de São Macário é um local extremo, com espécies muito características de montanha, como o saramago-das-rochas e o pólio-das-rochas, endemismos portugueses que crescem nas fragas das montanhas do centro e norte de Portugal; já o melro-das-rochas alegra o planalto com as suas cores vivas e o alho-amarelo aproveita as pequenas acumulações de terra entre as fragas para crescer, pincelando de amarelo vivo o cimo agreste destas montanhas. Junto a Macieira, há ainda um notável conjunto de castanheiros centenários, com mais de cinco séculos cada um, provando assim a ancestralidade da ocupação destas terras.
A lenda de São Macário relata a história de um homem que, por acidente, matou o seu pai vindo a refugiar-se, até ao fim dos seus dias, no cimo da serra, onde se alimentava de ervas e gafanhotos e se penitenciava dia e noite, ganhando assim fama de santo. Foi por isso erguida no local a ermida de São Macário e, mais tarde, outra capela, sendo as duas muito visitadas aquando da romaria a São Macário que ainda hoje se celebra no fim do mês de julho.