A aldeia de Nodar, localizada mesmo à beira do rio Paiva, é uma aldeia com formosas casas de xisto que se integram com perfeição na paisagem envolvente. Na margem esquerda do Paiva, de um e do outro lado da aldeia, o acesso ao rio faz-se por entre caminhos antigos e arrelvados viçosos, permitindo a visitação de mais de 2 km de rio, onde se sucedem os rápidos, os remansos, os poços, enquadrados por imponentes fragas e margens de areia fina. O Paiva, reputado como um dos menos poluídos da Europa, oferece aqui toda a sua beleza a quem o visitar, com a galeria de árvores ribeirinhas a acompanhar teimosamente o correr das águas, proporcionando momentos de tranquilidade e de comunhão com o rio.
O rio Paiva foi classificado como Sítio de Importância Comunitária (SIC) da Rede Natura 2000 por causa da sua excecional biodiversidade. À famosa truta do Paiva, junta-se a enguia, a boga e o barbo para constituirem uma fauna piscícola de grande qualidade ecológica. O mexilhão-de-rio, espécie rara na Europa ligada a rios bem conservados, tem aqui algumas das suas melhores populações. Junto ao rio, a cobra-de-água-de-colar e o lagarto-de-água podem ser observados nos dias de sol. O Paiva, integrado na bacia do Douro tem, por isso, espécies termófilas como o medronheiro, o lódão-bastardo ou a baldélia. As raras libélulas protegidas macrómia e esmeralda encontram-se aqui sempre que os remansos do rio proporcionam poços mais caudalosos.
A aldeia de Nodar tem origem nos povoados neolíticos que aproveitavam a fertilidade das margens do rio Paiva e a sua riqueza em peixe. Implantada entre a serra do Montemuro e o maciço da Gralheira, estabelece uma simbiose perfeita com o rio que a ladeia. A origem do seu nome remonta ao início da romanização da Península, tomando a denominação da autoridade que ocupava a aldeia – Notarius – passando, mais tarde, a chamar-se Nodar, em português arcaico. Hoje Nodar é a casa da Binaural, associação cultural que promove as artes sonoras e a programação cultural em contexto rural.